Eu - Nadine - sempre gostei muito de cinema. Me interessei pela indústria cinematográfica e fiquei fascinada pelos filmes hollywoodianos, com todo seu glamour e premiações. Não consumia muito cinema brasileiro, e até tinha certo preconceito quanto aos filmes aqui produzidos. O que mudou minha mentalidade foi a atuação incrível de Arlette Pinheiro Monteiro Torres, ou como você deve conhecer, Fernanda Montenegro. A grande dama do cinema e dramaturgia brasileira não chamou apenas a minha atenção quanto a sua atuação, mas a de muita gente também. Por esse motivo resolvi contar um pouco da história de Arlette como a minha Maravilhosa.

Assistir Central do Brasil foi um gatilho que me levou a me inscrever em canais de cinema, consumir mais filmes nacionais (como Cidade de Deus, Bacurau, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, etc), me levou à conscientização de como o cinema é desvalorizado em nosso país e a carência nacional de investimento em cultura e lazer.

Nossa querida Arlette está atualmente com 91 anos, tendo nascido em 16 de outubro de 1929, no subúrbio do Rio de Janeiro. Ela foi criada pela mãe, empregada doméstica e pelo pai, operário com conhecimentos em mecânica e tinha ainda duas irmãs em seu núcleo familiar. Aos quinze anos, se inscreveu em um concurso a fim de ser locutora da Rádio Ministério da Educação e Cultura e como locutora e atriz de rádio-teatro, permaneceu por dez anos na rádio. Ao começar a escrever, adotou o pseudônimo que passaria a ser conhecido, Fernanda Montenegro. Ao lado da rádio que trabalhava, havia uma faculdade de direito, onde havia um grupo de teatro amador. Já curiosa sobre comunicação, se integrou ao grupo e seu professor acabou chamando-a para uma participação no Teatro Ginástico.

Em 1953, Arlette casou-se com Fernando Torres, mudando seu nome de Arlette Pinheiro Esteves da Silva, para adotar Arlette Pinheiro Monteiro Torres. Juntos, criaram Cláudio e Fernanda, que acabou seguindo os passos de seus pais e se tornou atriz, adotando o nome de Fernanda Torres.

O primeiro trabalho de Arlette foi como dubladora em “Mãos Sangrentas” de 1955, e como atriz em “A Falecida”, lançado em 1965. Ao longo de sua carreira, Fernanda Montenegro participou de mais de 50 filmes , 20 séries e algumas peças de teatro, sendo destaques “O Auto da Compadecida”, “Central do Brasil”(que lhe rendeu a uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, sendo a primeira atriz latino-americana indicada à categoria), “O Tempo e o Vento”, “Brasileiras” e “Doce Mãe”.

E se você se interessou por sua trajetória, ela conta tudo com sua própria perspectiva na autobiografia “Prólogo, ato, epílogo: Memórias”, publicada em 2019 pela editora Companhia das Letras. E linkadas abaixo, estão as redes sociais da atriz.